The Holy Mountain, de Alejandro Jodorowsky, é uma das películas mais polêmicas da história. Em seus 115 minutos de duração, vemos desfilar pela tela uma infinidade de imagens bizarras e controvertidas.|O filme acompanha a trajetória de um sósia de Jesus, desde sua vida na Terra até sua união ao grupo que supostamente descobrirá o segredo da vida. É um desfile sem fim de simbolismos, sempre sublinhados, como que implorassem para serem vistos. Jodorowsky não se utiliza de sutilezas ao colocar em tela coisas como a máquina do prazer ou os doze apóstolos de Jesus como sendo prostitutas.|Entretanto, há um eterno processo de desconstrução. Todo o simbolismo que nos é mostrado, sempre como uma crítica ao nosso modo de vida, logo depois é alvo de deboche através do humor absurdo de Jodorowsky, que não se prende a nenhuma limitação pra filmar o que deseja: não há qualquer tabu quanto ao corpo no filme nem qualquer moralismo racial e, sobretudo, de uma suposta normalidade física (deficientes físicos desfilam em todo o desenrolar do filme).|Sendo Holy Mountain esse constante processo de construção e posterior desconstrução, o final do filme não poderia ser diferente. Quando o mestre, personagem interpretado pelo próprio Jodorowsky, nos revela que tudo aquilo é um filme e que a busca pelo sentido da vida é vã, aconselhando-nos a viver sem pensar nessas questões sem resposta, o filme faz sua desconstrução final, a mais forte, passando ao espectador uma sensação como de inutilidade de tudo o que foi visto anteriormente. Todos os ensinamentos transmitidos pelo sábio do filme vão por ralo abaixo, e essa é a intenção de Jodorowsky.|É um cinema urgente, ideológico e iminente. Um turbilhão surrealista.
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11.5.09
The Holy Mountain
Postado por pafreak! às 5:46 PM
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